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ESPORTE SÓ VALE SE FOR EXTREMO


'SOFRIMENTO' POR PRAZER
Só vale se for extremo
De olho no Mundial de Corrida de Aventura, cearenses fizeram bonito no Brasileiro, no Espírito Santo
Largada desafiadora para os cearenses em terras capixabas ocorreu de mountain bike
Atletas como Jocilene Chaves e Assis Montenegro, mãe e filho, fizeram parte da jornada que reservou grandes provações em meio a um verdadeiro "paraíso"
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Em alguns casos, é fácil compreender as razões e motivos pelos quais alguns atletas e até mesmo pessoas comuns são "abduzidos" por seus esportes. Contudo, em outros, o mecanismo de recompensa ou os estímulos são bem mais complexos e confesso que ainda procuro entender o prazer que faz com que uma pessoa submeta o próprio corpo a condições sempre extremas.

Um dos exemplos mais claros do que estou falando é a modalidade corrida de aventura, que em 2014 tive a oportunidade de conhecer de perto quando estive na região serrana do rio de janeiro acompanhando a equipe terra brasilis (atualmente os representantes cearenses de maior destaque nacional) na expedição terra de gigantes.

Depois dessa aventura - que envolve modalidades como trekking, mountain bike, canoagem e atividades verticais - na região sudeste, o grupo se voltou para as provas no nordeste. O foco era arrancar bons resultados nas organizadas e disputadas provas do circuito odisseias, do qual estão participando as principais equipes do ceará, rio grande do norte, pernambuco, bahia e alagoas. Foram dois bons resultados, um em pernambuco e o outro na paraíba, o que garantiu o 2° lugar no ranking nordestino para o terra brasillis.

Corridas de aventura são tão imprevisíveis quanto duras. Para se ter uma ideia, durante a odisseia pernambuco, depois de remar por 16 km (uma parte no mar e o fim dentro de uma boca de barra), nadar por 1 km (abarrotados de equipamentos) e de mais 25 km de trekking na liderança da prova, quando as equipes chegavam para mais 50 km de bike, os participantes foram informados de que seria possível utilizar apenas duas bicicletas por quarteto. Isso mesmo, duas bikes para quatro pessoa. Os cearenses optaram por carregar os mais leves nos quadros das bikes, alternando o revezamento das bicicletas correndo, uma condição muito difícil até para os mais preparados.

Vaga para o brasileiro

A conquista da tão sonhada e esperada vaga para representar o ceará no brasileiro de corrida de aventura veio no famoso desafio dos sertões, prova conhecida pela extrema dificuldade.



Barreiras derrubadas, a equipe partiu com tudo para o espírito santo em busca de um lugar ao sol no olimpo brasileiro dos heróis das corridas de aventura.

E o terra brasillis largou com toda a tranquilidade. Tudo bem até os primeiros 10 km, quando a gancheira (peça que prende o passador de marcha ao quadro da bicicleta) da atleta jocilene chaves, mãe do atleta assis montenegro, quebrou. Ali começava mais um calvário para nossos guerreiros, que tiveram de amarrar a bike da jô nas bicicletas de outros dois competidores. Segundo relatam, foram 45 km de desespero, pois sabiam que com um ritmo tão lento seria quase impossível até completar a prova. Mesmo assim, a equipe seguiu firme até encontrar fernando e malena, a outra formação do nordeste, que os ajudou cedendo equipamento reserva.

De volta à disputa, o time foi com tudo para enfrentar os desafios da região do pico da neblina. "depois que solucionamos o problema da bike da jô, ganhamos confiança. Nosso orientador acertou todo o percurso e chegamos às 23 horas na área de transição da bike para o trekking. Fizemos tudo rapidamente e passamos duas equipes que estavam descansando", relata assis. Ele conta que o grupo saiu andando e comendo em busca dos 4 pontos de controles distribuídos em dois morros diferente, cada um a 1.100 metros de altura. "nunca subimos tanto, foi muito difícil. Várias equipes se perderam nesse trecho e acabaram abandonando a prova. Em um determinado momento, havia três equipes nos seguindo para não se perder", conta.

Faltando 30 km para a chegada, paulo marcelo, que é médico, começou a sentir muito sono, o que é perigoso, pois não são raros acidentes nessas condições. Uma breve pausa para lavar o rosto e comer algo e o grupo seguiu sua jornada. Logo em seguida, o joelho da jô começou a doer muito, mas com a mesma determinação com que iniciou a disputa, o terra brasillis cruzou a linha de chega depois de 28'30'' de muito sofrimento, dor, fome, frio e um honroso 4° lugar.

De olho no mundial

Agora, os intrépidos cearenses estão se preparando para seu maior desafio: o mundial de corrida de aventura, que este ano será em corumbá, no pantanal, de 11 a 20 de novembro. Serão nada menos que 800 km percorridos em sete dias de prova.

Saiba mais

Desafio antes da prova

Corridas de aventura exigem uma logística complexa na organização e preparação das equipes. Não há um formato obrigatório, mas o mais utilizado é com equipes de dois a quatro atletas que precisam percorrer um trajeto marcado em mapas e cartas topográficas fornecidos pela organização

Longo trajeto

De acordo com o atleta André Migliari, o Terra Brasilis teve de encarar 2.000 km de avião e mais 250 km de ônibus, em uma jornada que totalizou 20 horas apenas para chegar ao local de partida da prova