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DOCUMENTÁRIO: LENÇÕES MARANHENSES DIAS DE LUTA, SAL E AREIA



DOCUMENTÁRIO
Lençóis Maranhenses: dias de luta, sal e areia
31.03.2015
Em exibição amanhã, curta-metragem revela dramas de comunidade isolada do Maranhão. O projeto deve virar longa
O projeto busca financiamento para longa-metragem em catarse.me/saldunalamparina
O pequeno povoado de Ponta do Mangue é porta de entrada para uma das maravilhas naturais - e principais pontos turísticos - do Brasil: os Lençóis Maranhenses. Isolado, em meio a mais de 156 mil hectares de dunas e lagoas, o que aos olhos dos visitantes é a materialização do paraíso, para 45 famílias que lá residem é também lugar de resistência, luta e abandono.
O local foi "descoberta" pessoal recente do realizador audiovisual Germano de Souza, maranhense radicado em Fortaleza desde à infância. O artista registrou o drama e as lutas dos moradores no curta-metragem "Sal, Duna e Lamparina", filme que será exibido amanhã, às 19h30, no Instituto Poliglota (Dionísio Torres). O filme também estará disponível de 2 a 7 de abril no site www.vimeo.com/germanodesousa/saldunalamparinadoc. A exibição é parte de um projeto em curso para transformar o material registrado em um documentário de longa-metragem.
À vida sobre a areia branca e o vento praiano, falta energia elétrica, saneamento, transporte, sequer contando com uma unidade de saúde. O lugarejo centenário - que é distrito do município de Barreirinha (distante 332 km de São Luís) - sofre ainda com o não reconhecimento do poder público, considerado uma ocupação irregular desde 1981, quando foi instaurado na região o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Fonte: Diário do Nordeste
"Eles estão desassistidos dos direitos mais básicos para se viver. Ponta do Mangue está bem ao lado de Atins, que é um espaço turístico, com pousada, energia elétrica, estrada. Existe um contraste muito grande", relata sobre a vivência no povoado.
Gravações
O processo de realização do filme se deu meio que ao acaso, durante viagem de Germano à sua terra natal, Barreirinha. "Fui passar férias lá ano passado e levei equipamento para fazer registro de viagem", situa o realizador. O filme que renderia a viagem, lembra, de início traria registros poéticos de paisagens, situações, encontros. "Aos poucos, fui mudando meu foco, fui sendo contagiado por aquela situação e os registros foram ganhando o tom de denúncia", narra.
O lugarejo foi apresentado por um amiga de infância, que o levou a conhecer Dona Maria do Celso, de 64 anos, uma das principais vozes de resistência. "Esse exotismo, por não possuir energia elétrica, era uma das maiores queixas. Por coisas básicas, como não poder ter uma geladeira para conservar alimentos", ilustra Germano.
A falta de energia elétrica se desdobra em outros problemas, como a impossibilidade de realizar aulas noturnas, de armazenar-se certos medicamentos, e até mesmo na alta incidência de hipertensos. "Descobri coisas que nunca tinha passado por mina cabeça urbana. Sem energia, eles salgam a comida para conservar e isso aumenta o número de hipertensos. O filme virou como uma missão dada para mim", explica.

A tentativa de dar visibilidade à comunidade resultou em 40 horas de gravações, tomadas ao longo de quatro viagens, entre imagens do lugar, entrevistas com os moradores, estudiosos e demais envolvidos, como gestores públicos. Tudo feito individualmente e sem apoio financeiro.
Longa-metragem
O curta-metragem foi editado e finalizado pelo próprio Germano, que agora entra em uma nova etapa do trabalho, em busca de transformá-lo em um longa-metragem. "O curta está mais próximo da minha primeira intenção de filme, é mais contemplativo e já apresenta o foco de denúncia. Mas não utilizei nem 10% da história que eu pretendo contar", diz, reforçando a importância da sequência.
O custo do novo projeto está orçado em R$ 35 mil e lançado para financiamento coletivo no Cartarse. Além da contratação de profissionais de edição, finalização e divulgação, o valor será utilizado para o ato final da trama, que terá uma sessão especial de lançamento na própria Ponta do Mangue, pré-agendada para outubro. O cinema será o primeiro sinal de luz a chegar na comunidade. E de lá, irradia.
Fonte: Diário do Nordeste