Recent comments

ads header

Últimas Notícias

CRIMINOSOS METRALHAM CASA DE AGENTES PENINTENCIÁRIOS EM FORTALEZA CE

                                                    FOTO MERAMENTE ILUSTRATIVA A residência de dois agentes penitenciários, incluindo u...

EFEITO ANTIDEPRESSIVO DA ACUPUNTURA É EFICAZ





O psiquiatra e acupunturista Agamenon Honório diz que a ação do medicamento para tratar a depressão é potencializada pela inserção da agulha de acupuntura. Há também os efeitos analgésico e anti-inflamatório ( foto: Thiago Gadelha )
A 'mensagem' gerada pela inserção da agulha da acupuntura em pontos específicos na pele e nos tecidos subjacentes, especialmente nos músculos, provoca uma série de estímulos por meio das fibras nervosas periféricas indo até o sistema nervoso central (medula e cérebro). Com isso, é potencializada a liberação de várias substâncias químicas, conhecidas como neurotransmissores, a exemplo da serotonina, dopamina e noradrenalina, além da acetilcolina e da encefalina.
Essa ação moduladora sobre humor e as emoções explica os efeitos antidepressivos gerados pela acupuntura médica, ramo da medicina tradicional chinesa (MTC) que vem sendo empregada - com resultados positivos e comprovados em estudos, no tratamento da depressão. Essa disfunção atinge hoje cerca de 16% da população mundial.
Níveis cerebrais

Segundo o psiquiatra e acupunturista cearense Agamenon Honório, ao conseguir regularizar os níveis cerebrais do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), proteína endógena que fica diminuída em pacientes depressivos, a acupuntura surge como uma alternativa de tratamento muito eficaz.
"A acupuntura pode ser associada ao uso de medicamentos, sendo ainda mais eficaz no tratamento da depressão do tipo leve e moderada. No caso da depressão severa, a técnica chinesa deve ser associada a medicamentos, sendo possível o ajuste da medicação", explica o presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA-Ceará).
"Além da ação moduladora sobre as emoções, o estímulo das agulhas desencadeia vários outros efeitos importantes, tais como analgésico, anti-inflamatório, relaxante muscular e sobre os sistemas endócrino e imunológico", complementa Dr. Dirceu Sales, presidente do CMBA.
Em Fortaleza, o uso da acupuntura para tratar o "padrão" de cada paciente, inclusive os sintomas de transtornos de humor como a depressão, é realizado no Ambulatório-Escola de Acupuntura do Posto de Saúde do Meirelles (do qual o Dr. Agamenon Honório é diretor). Há também o Ambulatório da Dor, do Hospital Universitário Walter Cantídio/UFC (locais onde o atendimento é gratuito).
Pontos específicos
Pesquisas conduzidas nas últimas décadas atestaram que a inserção de agulhas em pontos específicos do corpo provoca ação de neuromoduladora nos níveis periférico, espinal e supraespinal. Essa condição causa a liberação de substâncias que normalizam as funções autonômicas, motoras, de controle de expressão emocional, sensoriais e autonômicas, corticais espinais (Cheng/Pomerans/1980; Mayer Price & Refii/1977; Sjolund & Eriksson/1979; Souvannakiti e cols/1993, Wu & Deng/1993).

Há também os estudos de Luo, Jia e Zhan, em 1985, de Lou e Cols, em 1990, Yang, em 1994 e Han, em 1996. No trabalho de Luo, em estudo clínico randomizado prospectivo que contou com 241 pacientes, foi comparado o efeito da eletroacupuntura com o da amitriptilina. Nos dois grupos estudados, foi constatada uma melhora substancial da depressão, sem qualquer diferença nos índices de recorrência a longo prazo.
Pesquisas recentes
Entre os estudos mais recentes destaque para o publicado no Jornal Americano de Psiquiatria com o título "Effects of Electroacupuncture on Depression and the Production of Glial Cell Line-Derived Neurotrophic Factor Compared with Fluoxetine: A Randomized Controlled Pilot Study (2013).
Indicou que o tratamento por acupuntura é capaz de regularizar os níveis BDNF. O estímulo através da eletroacupuntura se mostrou, inclusive, superior ao efeito da fluoxetina (medicamento empregado no tratamento de depressão) na capacidade de regulação do BDNF.
Outro importante estudo é o trabalho do Dr. Wang, da Universidade de Pequim, cujo título é "Clinical Experience: Effects of Electro-Acupuncture on Personality Traits in Depression: A Randomized Controlled Study (2013). Nele, foram comparados os efeitos antidepressivos da acupuntura e da Paroxetina na conduta terapêutica da depressão. Os resultados mostraram que houve melhora significativa em ambos os grupos (a pesquisa analisou 60 pacientes durante 24 semanas de tratamento).
Fundado em 1984, o Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA) é uma associação civil de âmbito nacional, sem fins lucrativos, que congrega médicos acupunturistas de todo o País. Trata-se do órgão oficial da acupuntura médica do país, respondendo frente ao meio médico nacional, às autoridades de saúde, assim como às instituições governamentais.
Fique por dentro
Depressão atinge cerca de 16% da população
A depressão, disfunção que faz parte dos chamados transtornos afetivos e do humor, vem tomando caráter epidêmico em todo o mundo. Apesar disso, não existe ainda uma definição precisa acerca de suas causas ou o melhor tratamento a seguir. A sua prevalência média é de cerca de 16% da população mundial e é duas vezes mais frequente em mulheres, embora não se saiba o porque disso, segundo publicação do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).
A possível influência de fatores ambientais é complexa e ainda não foi possível definir com clareza nenhuma correlação entre depressão, condição sócioeconômica, educação ou estilo de vida. Embora o estresse seja considerado um fator determinante, a relação causal entre este e a vulnerabilidade a um transtorno depressivo não está clara.
A associação entre eventos geradores de estresse e o início de um episódio depressivo maior parece ser mais forte para o primeiro episódio de que para os episódios subsequentes. O curso natural do transtorno depressivo maior, embora com períodos de normalidade, parece seguir um padrão recorrente, e episódios ocorrem com maior intensidade na ausência de tratamentos bem-sucedidos. Um episódio depressivo não tratado geralmente dura de 6 a 24 meses, embora o tratamento possa reduzir bastante esse período.

Fonte: Diário do Nordeste