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PRESENÇA DO ZIKA EM MACACOS ALERTA SOBRE TRANSMISSÃO


Para a Sesa, essa possibilidade pode apontar para um dos motivos de o vírus ter se espalhado rapidamente.
Durante os estudos realizados em áreas do Estado foram capturados, no total, 15 "soins" e nove macacos-prego, todos eles em áreas com notificação de zika e ocorrência de microcefalia ( FOTO:
Pesquisadores paulistas e cearenses detectaram o vírus zika (ZIKV) em sete macacos de diferentes espécies no Ceará. O material coletado foi armazenado por profissionais do Núcleo de Controle de Vetores do Ceará (Nuvet), em Fortaleza, e analisado por especialistas do Instituto Pasteur de São Paulo e da Universidade de São Paulo (USP). O resumo do estudo, divulgado no portal científico Biorxv, registra que os animais foram capturados em Tabuleiro do Norte e Quixeré, na região de Saúde de Limoeiro do Norte, São Benedito e Guaraciaba do Norte, na região de Tianguá.
Dois saguis e um macaco-prego foram encontrados com o vírus na serra. Um mico foi achado na região costeira. Outros dois saguis e um macaco prego foram analisados na caatinga. O que chama mais atenção é que um dos primatas era tratado como animal de estimação.
Conforme a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), em seu portal oficial, "a preocupação, agora, é com a possibilidade real de que o vírus zika seja transmitido a humanos a partir dos animais silvestres, como ocorre com a febre amarela. Essa possibilidade pode apontar para um dos motivos de o zika ter se disseminado tão rapidamente pelas Américas".
Segundo a bióloga Silvana Regina Favoretto, coordenadora do projeto "Raiva em silvestres terrestres da Região Nordeste do Brasil: epidemiologia molecular e detecção da resposta imune", a descoberta foi feita por solicitação do Governo de São Paulo, que demandou a todos os pesquisadores de estudos sobre vírus a ampliação do estudo para o zika.
Os animais testados têm hábitos domésticos ou vivem próximos aos humanos. Na pesquisa foram capturados, no total, 15 "soins" e nove macacos-prego, todos eles em áreas com notificação de zika e ocorrência de microcefalia. Os estudos e análises do material genético foram realizados por pesquisadores da Sesa, publicado no dia 20 de abril - este é o primeiro relatório sobre a detecção do vírus entre os primatas neotropicais do Brasil.
O estudo inédito coletou amostras de sangue e saliva de saguis (Callithrix jacchus) e macacos prego (Sapajus libidinosus). Os testes tiveram início em julho com conclusão em novembro de 2015, nas áreas de maior índice de epidemia do Ceará. Conforme o trabalho, após a coleta das amostras, os primatas foram marcados com microchips e lançados de volta aos seus locais originais. Na análise preliminar do material coletado houve registro de 29% de positividade.
Para validar ainda mais, os cientistas sequenciaram e amplificaram a amostra coletada dos macacos. O diagnóstico descobriu que os animais tinham ZIKV com 100% de semelhança com outras ZIKV da América do Sul. Conforme o estudo, o trabalho "permanece como uma advertência para a possibilidade de que eles poderiam atuar como reservatórios, semelhante ao ciclo silvestre da febre amarela no Brasil", conclui a pesquisa. "Consideramos de extrema importância a continuidade dos estudos complementares que estão sendo conduzidos, a fim de que possam esclarecer o verdadeiro significado e a abrangência destes achados, assim como a sua importância para a epidemiologia da enfermidade emergente causada por este vírus", reforça a coordenadora da pesquisa.
O resultado encontrado pelos pesquisadores brasileiros podem apontar para um dos motivos de o zika ter se disseminado tão rápido pelas Américas. Em menos de dois anos, a doença já foi identificada em 35 países do continente, enquanto a dengue levou décadas para se espalhar na mesma amplitude.
Conforme a Silvana, "o que ocorre com os vírus é que, para eles (vírus) se multiplicarem em um organismo, precisam que as células de um indivíduo tenham um receptor. Eles só conseguem infectar as células que são permissivas a eles. Mesmo se um mosquito positivo a dengue picar o macaco, não consegue infectá-lo porque não há esse receptor nas células. Já na situação da zika, foi descoberto que sim".
Com o achado, os pesquisadores pretendem retornar ao Ceará em maio para fazer exames em mais macacos e tentar recapturar animais já testados para que eles sejam estudados de forma mais aprofundado. Camocim será o próximo município a ser visitado pela incidência das doença na região.

Fonte: DN