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Número de mortos em travessia do mar mediterrâneo atinge recorde


Na mais recente tragédia, os corpos de 29 migrantes foram encontrados no fundo de uma embarcação
A proporção de mortes passou de uma a cada 269 para um em cada 88, em 2016; ano passado, mais de um milhão de pessoas tentou fazer a migração ( Foto: AFP )
Genebra. O número de migrantes que morreram tentando cruzar o Mediterrâneo este ano chegou a 3.800, um novo recorde histórico, anunciou ontem o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur). Vinte e nove migrantes foram encontrados na madrugada em meio a uma mistura de gasolina e água do mar no fundo de uma embarcação superlotada.
"Podemos confirmar que ao menos 3.800 pessoas morreram ou desapareceram no mar Mediterrâneo desde o início do ano, o balanço mais alto registrado até agora", declarou WIlliam Spindler, porta-voz do Acnur. No ano passado, o saldo total foi de 3.771 mortos.
Este nível tão elevado de mortes ocorre apesar da clara diminuição do número de migrantes que tentam cruzar o Mediterrâneo. No ano passado, mais de um milhão de pessoas tentaram fazer esta perigosa travessia, e este ano já são 330.000.
Esta forte queda se deveu, em particular, ao controverso acordo de março entre Turquia e UE para frear as chegadas de migrantes à costa grega. A proporção de mortes passou de uma a cada 269 migrantes para uma a cada 88 em 2016, destacou Spindler."Na rota mediterrânea central, entre a Líbia e a Itália, a taxa de mortes é ainda maior - uma a cada 47 chegadas", explicou.
Os traficantes de seres humanos utilizam embarcações inadequadas, como botes de borracha pouco aptos para realizar travessias tão longas, e lotadas de milhares de pessoas sem qualquer tipo de proteção.
Na rota mediterrânea central, a mortalidade é causada por naufrágios maciços de embarcações de madeira que, após virarem, deixam centenas de pessoas na água, aos quais se somam os que não sobrevivem nos botes superlotados. Muitos caem na água quando os botes desinflam, outros morrem asfixiados por causa das emanações de combustível, asfixiados pela multidão de passageiros, agredidos por outros migrantes que tentam abrir espaço, afogados no fundo dos botes, queimados pela mistura de gasolina e água do mar, e inclusive vítimas de hipotermia, desidratação ou fadiga após semanas de viagens.
Tudo isto acontece depois de um périplo de meses ou até anos, que inclui episódios de detenção e violência quando chegam à Líbia.
E embora se tenha aumentado o número das embarcações de resgate que patrulham a zona em frente à costa da Líbia, as tragédias não diminuem, pois as condições precárias nas quais os traficantes enviam os migrantes levam à morte em poucas horas.
Desafio

O fenômeno das ondas de partidas de migrantes aumentou este ano, o que traz o verdadeiro desafio de resgatar milhares de pessoas em um mesmo dia e depois, outros milhares no dia seguinte, quando os barcos de socorro seguem rumo à Itália com os primeiros resgatados.
Os 29 mortos encontrados na madrugada de ontem estavam a 26 milhas náuticas da costa líbia. Provavelmente, morreram asfixiados ou afogados na mistura de água marinha e combustível.
Horas antes, o "Bourbon Argos", navio fretado pela ONG Médicos sem Fronteiras (MSF), tinha resgatado 107 pessoas.
Fonte: DN