De Repente - A poética do improviso em Fortaleza

A cantoria de viola e o hip hop ganham palcos antes imprevisíveis. Cada um com seu ritmo e estilo, rap e repente envolvem a plateia com desafios, por vezes, antológicos
O que ficava no Interior emendou para a Capital; o que era da periferia conectou ao Centro. Duas diferentes expressões artísticas e culturais populares têm encontrado cada vez mais espaço em Fortaleza. Vistas bem de perto, são unidas pela poesia. A cantoria de viola e o hip hop expandem territórios para os apreciadores do que sua verve poética tem de mais essencial: ritmo e improviso.
A batida do DJ e o “don din don” da viola fazem trilha, respectivamente, para o rap e o repente. Vem das periferias a nobreza cultural. Homens e mulheres se submetem a plateias exigentes e desafiam a si próprios na busca de uma rima tão instantânea quanto antológica. Mesmo que sua prática ainda seja usualmente restrita aos adeptos de cada expressão artística, não é por falta de convite a quem quiser conferir. Pelo contrário, os espaços já por natureza populares estão mais abertos para quem deseja ver a poesia brotar desde o silêncio
DN