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PAPA DEFENDE UNIÃO ENTRE RELIGIÕES


Sumo pontífice declarou compartilhar do sofrimento da minoria cristã, que sofre constantes ataques
Representante da Igreja Católica denunciou a "violência em nome de Deus" perante líderes muçulmanos, em meio ao temor de atentados.
Cairo. O papa Francisco denunciou, na última sexta-feira (28), a violência cometida "em nome de Deus", assim como o populismo que ameaça a paz, durante sua primeira visita ao Egito, País onde a minoria cristã local sofre constantes ataques.
"O sofrimento de vocês também é o nosso sofrimento", declarou o sumo pontífice em discurso na sede da Igreja copta ortodoxa diante do papa Tawadros II.
Os dois líderes religiosos caminharam por cerca de 100 metros em procissão, cercados por guarda-costas e dignatários, até a igreja de São Pedro e São Paulo, atingida em dezembro por um atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Sob forte esquema de segurança, a visita do pontífice argentino acontece três semanas após os dois atentados de 9 de abril contra igrejas coptas ortodoxas. Reivindicados pelo EI, os ataques deixaram 45 mortos.
Após chegar no início da tarde à capital egípcia, o papa pronunciou um discurso durante uma conferência organizada pela instituição sunita Al-Azhar.
"Nenhuma violência pode ser cometida em nome de Deus, porque profanaria Seu nome", declarou o papa.
Para essa primeira visita do papa ao mais populoso dos países árabes, que segue em estado de emergência, policiais e militares eram onipresentes nas ruas da capital egípcia.
Os arredores da Nunciatura Apostólica, onde o papa deve ficar hospedado, foram fechadas ao tráfego na última sexta-feira. E, perto da catedral, sede da Igreja ortodoxa copta, tanques estavam estacionados.
Mais cedo, Francisco se dirigiu ao palácio presidencial para uma reunião com o presidente Abdel Fattah al-Sissi. Na instituição de Al-Azhar, foi recebido pelo grande imã, xeque Ahmed al-Tayeb. Em seu discurso, o papa denunciou "os populismos demagógicos que não ajudam a consolidar a paz".
"Nenhuma incitação à violência garantirá a paz", insistiu, sem citar exemplos.
Ele também pediu que "se bloqueie os fluxos de dinheiro e de armas" para "prevenir os conflitos e edificar a paz".
"Juntos, nesta terra de encontro entre o céu e a terra, de alianças entre os povos e entre os crentes, repetimos um 'não' alto e claro à toda forma de violência", insistiu o pontífice.
"Apenas trazendo à luz as turvas manobras que alimentam o câncer da guerra é possível prevenir suas causas reais", acrescentou o papa, que culpa o tráfico de armas pelos conflitos no Oriente Médio. "Para prevenir os conflitos e construir a paz, é essencial trabalhar para eliminar as situações de pobreza e de exploração, onde os extremismos se fortalecem facilmente", alertou o religioso.
Todas as igrejas no Cairo foram colocadas sob vigilância, por medo de atentado, enquanto o EI ameaçou multiplicar os ataques contra os coptas.
Majoritariamente ortodoxos, eles representam cerca de 10% dos 92 milhões de egípcios.
Mais importante comunidade cristã em número no Oriente Médio, os coptas ortodoxos do Egito se dizem vítimas de discriminação por parte das autoridades e da maioria muçulmana.
Em outro discurso pronunciado diante de Al-Sissi, o papa Francisco pediu respeito "incondicional" aos direitos humanos, citando "a liberdade religiosa e de expressão".
Criticado no exterior por violações dos direitos humanos, Al-Sissi demonstrou certa abertura à comunidade cristã egípcia desde que chegou ao poder em 2014. Ele foi o primeiro presidente do Egito a participar de uma missa de Natal, em 2015.
A viagem de Francisco é a segunda de um papa ao Egito contemporâneo, após a de João Paulo II no ano de 2000.
Fonte: DN