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QUIXADÁ REGIÃO DO SEMIÁRIDO EM DISCUSSÃO




Na avaliação dos organizadores, em decorrência da crise hídrica enfrentada pelo Ceará, e pelo Nordeste de uma forma geral, devemos ter discussões bastante acirradas durante a realização do evento
FOTO: CID BARBOSA

Quixadá. Professores, alunos, pesquisadores, técnicos, produtores rurais e trabalhadores da agricultura familiar do Ceará e de outros estados do Nordeste estarão reunidos a partir de hoje, 27, com especialistas em recursos naturais para discutirem temas relacionados à conivência no semiárido. Eles participarão do II Simpósio Brasileiro de Recursos Naturais do Semiárido (SBRNS), na cidade de Quixadá, no Centro do Estado.
O evento, promovido pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Manejo de Água e Solo no Semiárido (Massa), que reúne professores e alunos das áreas de Engenharia Agrícola e Recursos Naturais da UFC e do Instituto Federal do Ceará (IFCE), segue até a próxima sexta-feira, 29, na Faculdade Cisne, e no Seminário Diocesano de Quixadá. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Salinidade (INCTSal) são os patrocinadores.
Conforme a coordenação do Simpósio, tendo como título "Convivência com o semiárido: certezas e incertezas", a cerimônia oficial de abertura, será às 19 horas na Faculdade Cisne. Contará com palestra do Prof. Timothy Joseph Finan, da Universidade do Arizona. Ele abordará o tema "Transições e transformações no Semiárido cearense: como construir uma sociedade rural resiliente?". Na abertura também está programado o lançamento do livro "O sertão: encantos e cantos", de Eunice Maia de Andrade, Ana Célia Maia Meireles e Luiz Gonzaga Lima Maia.
O Simpósio será dividido em palestras, mesas redondas e minicursos. Também serão apresentados trabalhos científicos. O público esperado para as mesas redondas é de 350 a 400 participantes. Caravanas de instituições federais de ensino de Pernambuco, Alagoas e de Mossoró já confirmaram suas presenças. Produtores rurais, agricultores, técnicos e a comunidade interessada nos temas preparados para a programação técnica científica também poderão participar.
Os minicursos serão destinados a públicos específicos. Dentre eles, o de Horta de Cultivo Familiar, com plantas medicinais e hortaliças e o de Empreendedorismo para Agricultura Familiar, serão dirigidos aos agricultores. Os de Purificação da Água para Uso Doméstico através de Raios Solares e de Educação Ambiental para o Ensino Fundamental, para professores de escolas municipais. São esperados 150 pequenos produtores rurais e 120 professores. As mesas redondas terão início amanhã, dia 28 e continuarão no dia seguinte. "Disponibilidade e demanda hídrica no semiárido", "Uso da terra e a sustentabilidade do Semiárido", "Exploração da questão do carbono na Caatinga" e "Perspectivas, certezas e incertezas do clima no semiárido" serão alguns dos temas propostos. Deverá ocorrer discussões acirradas em razão do quadro hídrico considerado crítico, no Ceará, no Nordeste e no Brasil, esperam os organizadores.
Ainda no dia 28, a partir das 14 horas, pesquisadores apresentarão seus trabalhos científicos. Um deles abordará a "Contribuição agroflorestal na produção de biomassa e carbono em área de agricultura familiar no semiárido sergipano". O autor é Saulo de Tarso Santos Santana. A "Abundância da pedofauna em sistemas tradicionais, agroflorestas e caatinga conservada" será o estudo apresentado por Jamili Silva Fialho. O "Estoque de carbono em dois sistemas de uso e ocupação de solo na caatinga", de Ramon Costa Feitosa, foi o terceiro estudo confirmado para apresentação na modalidade oral. Para Fernando Lopes e Deodato Aquino, pesquisadores da UFC e integrantes da comissão realizadora do Simpósio, será a oportunidade para levar ao conhecimento publico e disponibilizar alternativas de convívio sustentável no único bioma genuinamente brasileiro, a caatinga.
"Essas discussões formarão um documento que será disponibilizado aos gestores públicos e a sociedade. Será um alerta a necessidade de todos terem consciência de suas ações e evitar consequências mais graves", acrescentou Fernando Lopes. Ele é doutor em Engenharia da Agricultura.
Caatinga
Na manhã de hoje, das 8h às 10h, será realizado mutirão para plantio de essências nativas, para recuperação de área degradada caatinga nas proximidades do Seminário Diocesano de Quixadá. O Simpósio tem como proposta promover o evento a cada dois anos, na região do Semiárido, conforme a coordenadora do evento, engenheira agrônoma Eunice Maia de Andrade.
Ainda conforme a coordenadora, a discussão entre acadêmicos e agricultores pretende buscar o modelo correto e entender o Semiárido. "Será que o modelo que utilizamos é o mais adequado ? Como viver melhor ? A seca é uma certeza, daí a necessidade de chegarmos a um consenso e encontramos a melhor forma de convívio", acrescentou.
Fique por dentro
Chuvas são bastante irregulares
O Semiárido brasileiro é uma área geográfica onde as chuvas são bastante irregulares e o solo é raso. Há curtos períodos de muita chuva, enquanto há grandes períodos de muita seca. Cobrindo quase 8% do território nacional e com área de quase 900 mil Km², abrange os estados do Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e norte de Minas Gerais. A caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, cobre a maior parte do Semiárido brasileiro. Esse ecossistema é rico em espécies endêmicas, ou seja, que não existem em nenhum outro lugar do mundo.

Fonte: Diário do Nordeste